Listinhas
Eu amo responder a tags e eu amo (e odeio) fazer listas. Então, dia desses, minha amiga Anni Ginadaio fez um reels fofo no Instagram, propondo que respondêssemos às seguintes questões:
5 livros que amamos;
4 autores dos quais leríamos até lista de supermercado;
3 livros que ainda queremos ler este ano;
2 livros favoritados;
A leitura atual.
![](https://substackcdn.com/image/fetch/w_1456,c_limit,f_auto,q_auto:good,fl_progressive:steep/https%3A%2F%2Fsubstack-post-media.s3.amazonaws.com%2Fpublic%2Fimages%2F550553f7-eace-4f3c-b7eb-6de85cabe6eb_564x1006.jpeg)
Como eu não gosto de facilitar a minha vida, resolvi mudar as ‘questões’.
Seguem as minhas respostas:
5 livros sobre os quais eu nunca falo, mas amo muito (a enumeração não indica ordem de preferência):
Guerra e Paz, do Conde: eu tenho uma relação de amor e ódio, mas acho que deixo pairar no ar que Liev Tolstói figura entre os meus autores favoritos. E, de seus livros que li, e posso dizer,
bem penalonga de batomorgulhosamente, que já li quase todos que temos publicados no Brasil, o meu favorito é Guerra e Paz. Com certeza eu falo mais de A morte de Ivan Ílitch - que talvez seja a minha história favorita dele - mas, considerando que este é apenas uma novela, quando se trata de livro mesmo, ou seja, romance e, no caso de Tolstói, seus romances são gigantes, o meu favorito é Guerra e Paz. Gosto da saga familiar, dos romances todos, dos embates filosóficos, das digressões sobre a guerra e, até mesmo, das lições tolstoianas de como viver uma vida plena com pouco mesmo tendo nascido herdeiro de muitas verstas de terra na estepe russa.Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa: o fato é que eu nem tenho roupa para abrir a minha boca sobre o mais difícil, mais belo, mais poético, melhor livro da literatura brasileira. E isso é por total falta de palavras para expressar meu amor por Riobaldo e Diadorim. É porque esse livro é tanta coisa. Começa com o estranhamento com a linguagem que, depois, vira uma música cantarolada aos nossos ouvidos. Depois vem a expressão da luta pela existência no meio da guerra seca travada dentro do nosso território, mas que se expande por um entendimento do homem universal. Um troço tão perfeito. E eu até comento com algumas pessoas, o quão triste é quem não fala português brasileiro e não pode ler esse livro no original.
As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky: é sério que as desventuras de Charlie e seus amigos tocam demais meu coração. Eu amo tanto esse livro. Amo tanto esse personagem. Junto com Holden (o Caulfield) e David (o Copperfield), eu quero abraçar, carregar no colo e dizer: bichinho, vai ficar tudo bem! Eu sou fã de histórias de adolescentes e essa é, pra mim, uma das mais bonitas que eu já li. É tão impactante o final e, ao mesmo tempo, é tão belo ver o crescimento de Charlie.
Alguma poesia, Carlos Drummond de Andrade: eu nunca falo de poesia. Acho que é porque é tão pessoal gostar de poesia e explicar porque se gosta, é mais pessoal ainda e acabo não falando. Mas, o que dizer de um livro que começa com uma ordem, mandando seu autor ser gauche na vida? Daí, no meio do caminho tem uma pedra? E, mais pra frente, uma quadrilha, que não é de bandido, é de amor! Drummond é lindimais.
As benevolentes, Jonathan Litell: o problema de falar sobre esse livro é que podem achar que eu compartilho dos pensamentos de seu protagonista/narrador. Mas, é exatamente por colocar a gente no meio do pensamento de um agente da SA em plena solução final durante a Segunda Guerra Mundial que esse livro se torna tão bom. O livro causa tanto impacto, tanto nojo, tanta raiva. Eu lia páginas e mais páginas, depois guardava no fundo da gaveta porque não queria nem vê-lo de tanto asco que uma determinada cena me causava. É tão real, tão bem escrito que é impossível acreditar que é uma ficção. E eu amo. Mas, às vezes, preferia nem ter lido.
4 autores que eu só li um livro, mas já quero ler até a lista de supermercado:
Kazuo Ishiguro: é inacreditável que eu só tenha lido - e AMADO - um livro (Os vestígios do dia) desse autor premiado com o Nobel. Mas, já tenho aqui dois outros livros dele. Sei não por que fico enrolando pra lê-los.
Socorro Acioli: li recentemente Oração para desaparecer dessa autora cearense e está aqui prontinho e devidamente autografado, A cabeça do Santo, para eu ler em breve.
Jia Tolentino: infelizmente só temos Falso Espelho publicado por aqui e eu fico na esperança que ela escreva mais, que tragam mais Jia pra cá.
Sinèad Gleeson: falei recentemente de sua coletânea de contos, Constelações, e fiquei muito interessada no pensamento da autora. Quero ler tudo dela.
3 livros que eu desisti de ler este ano (não significa que desisti de lê-los):
Releitura de A casa soturna, de Charles Dickens: estava como um livro extra na minha lista de livros para este ano, mas eu reconheço que não vai dar tempo de reler (como assim, mulher? ainda estamos em junho?).
Graça Infinita, David Foster Walace: nem chegou na metade do ano e eu já sei que vai acabar mais um ano e eu não vou conseguir sequer começar a ler esse livro. (mas, quem sabe eu retome a leitura de O rei pálido).
O poderoso chefão, Mario Puzo: tanto que eu falei de The Offer e do filme O poderoso chefão e do tanto que eu quero ler esse livro e rever os filmes, mas, infelizmente, já estou vendo a vontade diminuir e vai ficar pro ano que vem.
2 livros favoritados este ano:
O encontro marcado, Fernando Sabino: primeira leitura concluída do ano e, simplesmente, foi de imediato pros favoritos.
O perigo de estar lúcida, Rosa Montero: sobre esse, falaremos (e muito) em breve.
Que prazer ler tudo isso! Amei!
amei!!! agora quero responder a sua versão também 😂
vou ter que enfiar a rosa montero no meio da fila pq tá sem condições! e o loyola ficou com deus, viu? vou deixar pra reler em outro momento, mas quero saber suas opiniões, quando terminar de ler você me contaaaa ♥️